No convento de São Bento, no Rio de Janeiro, frei Saturnino senta-se a escrever as suas memórias, depois de uma vida de incontinência e libertinagem, mas também de uma grande paixão, que acabará por ser a sua desgraça e o levará a regressar humildemente às suas origens.
Uma tradução adaptada de um original francês, que se constitui numa obra nova, ou hipotexto, Saturnino, porteiro dos frades bentos foi publicado em 1842 e foi um enorme sucesso comercial no campo da "literatura para homens", tanto em Portugal como no Brasil. Segundo os autores da Introdução, "mesmo que limitado pela imaginação erótica [heterossexual]", é uma obra "importante para a literatura LGBTQ brasileira e portuguesa pelo pioneirismo na narração de encontros e práticas eróticas que, supostamente, não deveriam aparecer na literatura. Por conta disso, acreditamos que homens que desejavam outros homens e mulheres que desejavam outras mulheres encontraram nesta obra algum lugar de reconhecimento e prazer, o que talvez ajude a explicar o seu sucesso."