Os percursos de Edmund Burke (1729-1797) e Bernardo Pereira de Vasconelos (1795-1850) oferecem um curioso episódio de paralelismo histórico: ambos iniciaram suas carreiras parlamentares como liberais, mas foi como conservadores que passaram à história. Trata-se dos fundadores do conservadorismo moderno, respectivamente, no Reino Unido e no Brasil. Mas em que medida aquele paralelismo se traduziria em afinidade de pensamentos políticos? Com essa indagação em vista, esta obra aborda uma tese central tanto ao britânico quanto ao brasileiro: a mudança em política pela via preferencial da reforma -- em vez da revolução. A fim de evitar que o avanço revolucionário viesse a derrubar seus Estados, os dois parlamentares forjaram discursos notavelmente convergentes; mas, não livres de importantes divergências. Na busca por esclarecer a medida da afinidade entre os pensamentos reformistas de Burke e Vasconcelos, esta obra analisa algumas das ideias que os fundamentam, comparando-as e contrastando-as.