Linea nigra, a linha de pigmentação escura que surge na barriga da mulher durante a gestação. Uma notificação física, algo linear que marca e divide a vida em duas fases, o antes e o depois da maternidade. Para umas, o período é venerado como uma divindade; para outras, amaldiçoado por tantos pesares. Mas todas concordam que gerar um ser vivo dentro de si é sinônimo de mudança, que pode ser tanto gratificante quanto assustadora.
Para Jazmina Barrera, todas as definições são válidas e corretas e ela as narra nesta obra que leva o nome da linha divisória de toda mulher que teve a vida germinada no ventre. Ao relatar o processo de sua primeira gestação, da salada de frutas que denomina o feto à maternidade em si, ela abraça o tema em uma prosa sincera, correlacionando o período às artes, à literatura, a eventos da natureza e, sobretudo, ao que sente uma mulher grávida, por mais contraditórios que sejam seus sentimentos.
A gravidez muda o corpo, a mente, a vida de uma mulher por completo. A mulher passa a ser mãe. O corpo, por um momento ou para sempre, deixa de ser só seu, e Barrera não deixa nenhum detalhe passar despercebido. Linea nigra são insights, memórias, manifesto transportados da marca na barriga às páginas deste livro.