A Editora Contracorrente tem a satisfação de anunciar a publicação do livro Academia de Letras, do compositor, escritor, poeta, contista, sambista, pesquisador da cultura afro-brasileira e teatrólogo Nei Lopes. Com organização de Marcus Fernando, esta é a mais nova obra do Selo Dissonante, cujo editor responsável é outro grande músico brasileiro, João Camarero.
Cuidadosamente organizado, o livro cobre toda a produção musical de Nei Lopes, tanto as composições apenas de sua autoria quanto as diversas parcerias. Na mesma página, o leitor terá acesso à letra, a uma espécie de glossário e a comentários e curiosidades do próprio Nei Lopes sobre a composição. Dessa forma, o livro registra em palavras e celebra a obra de uma das figuras mais relevantes da história de nossa música.
Nas palavras do jornalista e crítico musical brasileiro Tárik de Souza, que assina a apresentação do livro, "este portentoso Academia de Letras insere Nei Lopes - em definitivo, se ainda havia dúvidas - entre os maiores compositores brasileiros de todos os tempos. Nessa compilação de sua obra (até aqui), entre inéditas e gravadas, conjugam-se qualidade, quantidade e diversidade estética, atributos reservados a poucos e raros (...). Além de esmiuçar as próprias composições, Nei exercita generosamente os dotes de enciclopedista e abre comportas para um conhecimento mais aprofundado de sua obra e os caminhos percorridos por sua imaginação, estudos e sabedoria na forja de cada tema. Não apenas no campo vasto e pouco desvendado dos povos e culturas africanas e suas palavras transpostas para o uso corrente brasileiro, mas também na geografia dos bairros e logradouros cariocas, cultivando a alma encantadora das ruas (...). Se promove ainda um inventário sobre culinária, vestuário e comportamento e prospecta origens e implicações de cada termo empregado, Academia de Letras fornece, ao mesmo tempo, uma compassada (e nada indulgente) autobiografia do compositor. Acertos e tropeços, desavenças e acolhimentos, e a devoção religiosa que o fez superar percalços como a perda de um filho pequeno (...). Rigoroso na utilização do cinzel de poeta, conjugado ao bisturi do causídico, bacharel em Direito, ele se revela um esgrimista de ironia cortante, mas igualmente apto a comover em remansos de lirismo".