O declínio do Estado e com ele o das sociedades democráticas, deve-se, segundo a análise desenvolvida neste trabalho, a várias razões, mas três principais são nele discutidas: i) a perda de seu poder com a derrubada das fronteiras nacionais e a restrição à soberania nacional causada pelo processo de globalização, que transferiu para agentes privados do espaço global decisões sobre as quais deixou de ter capacidade de interferir; ii) o enfraquecimento de suas instituições, tornando-o incapaz de cumprir até mesmo as funções originais para as quais foi criado, como as relativas à garantia da segurança, da vida, da igualdade; e iii) a interdição de seu papel como Estado social, restringindo-o a um mero executor das ordens do capital financeiro, obrigado a desmontar o welfare state e controlar rigidamente o orçamento para não incorrer em desequilíbrios em suas contas.