Organizados por Clarissa Nunes Maia, Flávio de Sá Neto, Marcos Costa e Marcos Luiz Bretas, os dois volumes de Histórias das prisões no Brasil trazem uma inédita contribuição da academia para a reflexão sobre um tema espinhoso desde os tempos coloniais: o cárcere e o sistema prisional brasileiro. Reunindo, pela primeira vez, pesquisas originais e trabalhos monográficos produzidos em universidades de todo o país, a obra recupera os sentidos históricos da prisão no Brasil e enriquece o atual debate sobre violência e segurança pública.
Ao tratar da detenção como um produto social, construído e reconstruído ao longo da história, os pesquisadores incluídos nesta coletânea provam que conhecer a prisão é compreender uma parte significativa dos sistemas normativos da sociedade brasileira ao longo dos últimos séculos. Comparando o sistema carcerário nas diferentes regiões do país e apontando suas diferenças e semelhanças, jovens historiadores e renomados estudiosos produzem um conjunto heterogêneo de reflexões sobre as formas de controle social na história do Brasil.
Inaugurando o volume I, o ensaio de Carlos Aguirre analisa as relações entre a história das prisões e a evolução das sociedades latino-americanas no período de 1800 até 1840, observando como as conexões entre Estado e sociedade produzem regimes carcerários. Em seguida, Gizlene Neder chama a atenção para uma curiosa mistura entre cultura jurídica e cultura religiosa nos debates parlamentares que acompanharam a aprovação do Código Criminal do Império (1830) e do Código Penal republicano (1890).
Veja também textos de Paloma Siqueira Fonseca, Marcos Paulo Pedrosa Costa, Ricardo Alexandre Ferreira, Carlos Eduardo M. de Araújo, Thomas Holloway e Marilene Nunes Sant'Anna.